A Estrada e o Tempo

É o quarto livro da poeta, artista plástica e advogada Lara Antony, e foi lançado dia 11 de agosto, no Moinho’s Bar, com edição da Norma Editora, – historiadora Etelvina Garcia e equipe – capa e projeto gráfico de Sérgio Bemfica e prefácio feito por mim.

Lua Mágica

Conheço os poemas da Lara desde Lua Mágica, seu primeiro trabalho, lançado em 2000. Tenho todos os seus livros e aprecio sua sensibilidade para criar versos. Quando ela me convidou para ler os originais e fazer o prefácio, me senti feliz e ao mesmo tempo desafiada.

Eu estava participando de um Concurso de Poesias da Academia Amazonense de Letras e levei meus poemas para a Lara me ajudar a escolher o melhor. O encontro foi no apartamento dela, no gabinete – ambiente aconchegante, uma mistura de biblioteca e atelier de pintura.

Poeta

Assunto agradável, conversa envolvente, divagamos sobre várias ideias, inspirações, poemas e autores. Ao ler minhas poesias, ela se emocionou e até chorou: – Lindas, Flávia, você vai ganhar! E eu: – Mas como Lara, se nunca fui poeta? Quero participar, mas tenho receio, por favor, dê sua opinião com franqueza. Realmente ela estava sendo sincera, e fiquei contente com o parecer favorável de uma poeta que admiro há tempos.

Prefácio

Ela também me mostrou os originais do livro que estava finalizando. Li alguns poemas e fiquei encantada. Combinamos que eu faria a revisão do trabalho e depois ela encaminharia para a edição. Foi aí que recebi o convite para fazer o prefácio de A Estrada e o Tempo.

Ao ler os originais da obra, penetrei profundamente no tema e nas reflexões propostas. Chamou-me a atenção tamanha simplicidade de linguagem e conteúdo, e ao mesmo tempo grande profundeza de questionamentos e observações.

Fiz uma leitura emocionada, mas também racional. Estava praticamente “estudando” os poemas para redigir o prefácio. Confesso que foi difícil, principalmente pela insegurança da primeira experiência em prefácios.

Armário das Letras

Mas adorei o desafio e o abracei como uma oportunidade de aprender, exercitar e evoluir no caminho das letras. Lembrei então da expressão de uma grande amiga, quando comecei a escrever para o blog: – Flávia, você saiu do armário das letras!

É verdade, eu saí do armário! Ler e escrever sempre foram as minhas paixões, e chegou uma hora em que esse desejo aflorou, transbordou e se mostrou timidamente, mas ao mesmo tempo pleno e ousado!

Escrever

Escrever é simultaneamente fácil e difícil, prazeroso e doloroso, lembra uma gestação e o parto. Recordo do professor Narciso Lobo, em sala de aula, ele disse que sempre perguntava aos alunos porque haviam escolhido jornalismo, e um deles disse que era porque gostava de escrever. O mestre respondeu: – Então você escolheu o curso errado!

Compreendi e concordei. Para mim, o jornalismo sempre foi complicado por causa de suas normas, amarras, ditaduras de tempo, espaço e outras mais. Por isso fiquei quieta, era uma aluna tipo “ouvinte”, queria estudar o que os jornalistas aprendem, mas sem nenhuma pretensão de exercer o ofício.

E foi o que fiz, segui outros caminhos, mas o aprendizado da academia sempre pulsou no meu coração e se fez presente em minha memória. Algo mais livre, descompromissado e despretensioso.

Despretencioso

Vamos voltar à Lara, e ao lançamento de A Estrada e o Tempo. Em sua rápida fala aos convidados, ela disse, sobre seu livro: É despretensioso como tudo que eu faço.

Verdade. A poesia é pura, simples, despretensiosa… É por isso que os poetas conseguem penetrar tão bem nos escaninhos da nossa alma, vasculhar nossos mistérios e desvendar nossos enigmas.

Segredos

Após reler o livro editado, eu disse à Lara: – Você adivinhou todos os meus segredos sem nem ao menos eu tê-los confidenciado! Esse é o poder dos poetas, sua sensibilidade permite a invasão discreta e suave da nossa face mais oculta e indecifrável, e o livro aqui citado é uma prova disso.

Território Livre

A crônica também é assim, livre como a poesia… Nesses dois gêneros podemos deixar de fora o lado aprisionador das regras de jornalismo e praticar a escrita com mais liberdade e criatividade. Aqui somos senhores dos nossos destinos, veja só, comecei a escrever sobre o livro e terminei divagando também outros caminhos. Tudo bem! As palavras brotaram sem pedir permissão…  Sejam bem-vindas, o território é livre! assim como A Estrada e o Tempo.

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