Ah, se o Tropical Falasse…
04 dezembro, 2011Flávia FrotaAh, se o Tropical Falasse…
Crônica
Esta semana li uma crônica* do jornalista Gerson Severo, que me levou de volta ao passado. Trata-se de memórias sobre o Tropical Hotel de Manaus, que vai a leilão no próximo dia 6, uma espécie de patrimônio da humanidade, não só para os amazonenses, mas também para brasileiros e até estrangeiros.
Ícone
Um ícone dos anos 70, 80 e 90, uma versão baré do Copacabana Palace. Acredito que o Tropical Hotel está para o auge do comércio da Zona Franca assim como o Teatro Amazonas está para o período áureo da borracha.
Lembro perfeitamente, ainda criancinha, na década de 70, quando foram inaugurados o Tropical e o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
Rapidamente se transformaram em orgulho da cidade, cartões postais e pontos de passeio obrigatório, junto com a eterna Ponta Negra, é claro. Nessa época houve um crescimento turístico na região impulsionado pelos bons preços dos produtos da Zona Franca.
Manaus, sempre inovadora – lembremos que foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada e a segunda a possuir energia elétrica – partiu na frente rumo à modernização dos aeroportos e da rede hoteleira.
O lançamento pioneiro de um resort numa das regiões mais lindas do mundo, realmente foi uma grande ousadia, que nós, amazonenses, recebemos eufóricos.
Encantos do Tropical
Para os moradores de Manaus o Tropical Hotel tinha vários atrativos, entre eles:
Ver o sol se por, contemplar a vista do Rio Negro ou saborear as delícias do restaurante. Apreciar as belas piscinas, mesmo sem poder mergulhar, já era um ótimo programa. Visitar os bichinhos no mini zoológico e passear nas lojinhas – comprar quase nunca! Era tudo muito caro!
Além da facilidade de cruzar com hóspedes ilustres e famosos. Entre eles, a tripulação da Varig, que também dava seu toque de glamour ao ambiente.
Por coincidência estive lá há umas duas semanas, num desses passeios matinais de domingo e fiquei penalizada com a situação de abandono em que se encontra o hotel.
Momentos
Senti um misto de tristeza e nostalgia ao ver aquele monumento arquitetônico, histórico e social, em situação tão decadente. Hoje, inspirada pela crônica do Gerson, me proponho a fazer um resgate dos bons momentos que a juventude viveu no Tropical Hotel.
Geração Dourada
A geração dourada se divertia ao som dos ritmos da moda, sempre embalada em muita irreverência e descontração, tanto na boate, quanto nas festas de réveillon ou no tão esperado baile do Havaí.
E ainda tinham os bailes de debutantes, aniversários de 15 anos e shows de bandas de rock. Tudo festa de arromba! Com a presença dos jovens mais cobiçados da época.
Shows
Lembro de quando fui ao primeiro show, Paralamas do Sucesso, no Tropical. Eu tinha acabado de fazer 15 anos, foi o maior sacrifício para o meu pai liberar. Mas valeu a pena o orgulho de me sentir gente grande, aquilo foi o primeiro carimbo no meu passaporte rumo à tão esperada juventude.
Emoções
É impossível falar do Tropical Hotel sem vir à tona lembranças e sensações do que ali vivemos, instantes inesquecíveis que ficaram marcados, recordações que afloram com mais intensidade ao nos depararmos com o cenário onde tudo aconteceu.
Feliz
Eu também fui muito feliz ali! No meu caso, fui seduzida por um boto à paisana, sem chapéu nem roupa branca, mas igualmente encantador. O resultado daquela paquera foram três anos de namoro e mais 14 de um casamento feliz que gerou duas filhas maravilhosas. Esse Tropical me deu uma sorte…
Aliás, o Tropical Hotel de Manaus deu sorte e deixou boas recordações na vida de gerações que foram felizes por lá. Esperamos que ele possa se reerguer e continuar misturando sua história com a da vida da gente.
Roberto Carlos
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*Crônica: O Tropical Hotel, decadence avec elegance, ou de como fui feliz ali
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Flavinha sua sensibilidade faz a escrita fluir sem limites e junto nos leva a uma grande viagem. Lembrei do meu tempo de Village Café….muito gostoso reunir todos os amigos e dançar sem compromisso com nada, só diversão. Beijos. Fica com DEUS.
Puxa Flávia, eu não aproveitei o Tropical com a mesma intensidade que você, aliás, na minha adolescência não tinha acesso a nada disso… Vontade não faltava é claro, mas faltava recursos.
Mas ainda assim temos algo em comum com este lugar… Foi lá que meu amado marido perguntou (educadamente), até demais para meu gosto, se poderia me roubar um beijo… E o beijo foi tão bom, que resultou em dois filhotes lindo que você conhece muito bem e quase 12 anos de muuuuuitos beijos, só que desta vez não mais roubados! Kkkk
Flavinha, adorei..se o Tropical falasse, com certeza seria o baú de todos os segredos de muios desta cidade..Quem náo aproveitou o auge do Tropical, boate, reveillon e o Havaí…que delicia lembrar..bjos.
Bernadete
Prima momentos inesquecíveis vivi no Tropical, toda minha adolescência, O Havai… Quanta sensibilidade!
Zilma
Verdade, boas lembranças.
Ótimas recordaçóes! Bjs
Amo o Tropical! Faz parte da minhas lembranças mais lindas de Manaus!
Verdade minha amiga…. quantas lembranças!!! bjos
Lembranças muito boas!
Era muito bom!!!!!! Saudades!!!!
Gente querida, é muito bom ter vocês aqui no blog relembrando nossos bons momentos! Bjão
Flavinha, dizem que recordar é viver. Concordo plenamente,mas muitas vezes é também sofrer relembrando momentos MARAVILHOSOS que não voltam mais e que só nos deixam saudades. Fotos lindas e muito significativas para mim. Você me fez muito feliz! Bjs?❤
Dindinha, eu também vivi momentos maravilhos no Tropical. Lembro que foi você que começou a me levar para frequentar o hotel. Eu era pequenininha e adorava o passeio. E saiba, para mim o Tropical Hotel é a sua cara! ❤️ Beijos