Blog Faz 3 Anos – parte II

31 outubro, 2014Flávia Frota
Leitores, a razão de tudo

Leitores, a razão de tudo.

Leia e interprete com seu olhar crítico, questione, sugira novas alternativas e soluções. As coisas nem sempre foram assim e não permanecerão desta maneira para sempre.

O Princípio

Este blog nasceu em outubro de 2011, surgiu de um impulso, de repente comecei a levar a sério uma paixão antiga e não parei mais de escrever. É bom lembrar que nos anos que antecederam isso a comichão da leitura me atacou com vontade. Depois fui entender que aquela mania de ler freneticamente, não passava de preparação para a escritora que despontaria em breve.

Criar o Atividade Pensante foi dar de cara com uma série de obstáculos a vencer: timidez, discrição e até uma tal de aversão ao alarde. Mas devagarinho fui colocando a cara para fora, tirando as palavras do armário e a sentimentalidade do coração.

Vou contar para vocês o que foi e ainda é um dos grandes desafios: Começar a escrever sem ter um revisor para corrigir meus erros , foi difícil, mas tive que arriscar. Aos poucos – e com muitos erros nas costas – fui me acostumando e perdendo o medo. Até hoje continuo sem revisor, mas já encaro os lapsos com mais naturalidade, embora continue me esforçando para corrigi-los a tempo.

Escolhi como tema do blog um assunto de minorias: escrita, leitura e pensamento. E mesmo sendo quase loucura querer investir em uma publicação virtual relacionada a este assunto – com público infinitamente menor aos que estão em voga – dei voz ao meu desejo e segui determinada pensando: É melhor atrair a atenção de poucos e bons do que de muitos e péssimos.

Infelizmente a maioria das pessoas está mais interessada em fotos, indiretas e aparências. Ler demora e requer raciocínio, escrever só se for futilidade ou “futricidade” (de futrica). Pensar dá trabalho e incomoda – aos outros e a principalmente a nós mesmos – a não ser que seja para pensar rapidinho, fazendo juízo de valor. Triste, lamentável? Porém verdadeiro, embora haja muitas exceções.

E assim comecei a escrever para esse público minoritário, surgiram temas sobre mortos, saudades e homenagens – assuntos que adoro! Depois o leque foi se ampliando e com ele a necessidade de ser vista – curtida, compartilhada e comentada na web – passou a ser cada dia mais importante.

Em meio às adversidades sempre surgem oportunidades, amigos e pessoas desconhecidas deram uma grande alavancada na minha produção, lendo, gostando, expondo suas opiniões e me impulsionando a escrever mais.

Desde o início muitos me perguntavam sobre o lançamento do livro, mas eu acreditava ainda ser cedo, queria primeiro tentar aprender a escrever para depois avaliar se realmente meu conteúdo merecia ser impresso. Hoje, após três anos de exercício, já creio que sim, e finalmente estou determinada a lançar o primeiro livro.

Escritores escrevem para si mesmos, é bem verdade, mas escritores também querem e precisam ser lidos para completar o ciclo de seu trabalho. O mais importante é primeiro aprender e saber escrever, para depois promover a divulgação. Este caminho precisa ser percorrido nesta ordem, e jamais na contramão, e foi assim que escolhi fazer.

Silêncio, Alarde e Aniversário

Eu gosto do silêncio e da discrição. Às vezes creio que ser invisível é uma boa escolha, claro que nem sempre, mas em geral valorizo essas, que a meu ver – em muitas ocasiões – podem ser virtudes. Não prezo o excesso de vaidade, não gosto de holofotes e não tenho vocação para puxar saco ou me autopromover.

Diante do aniversário do blog eu me perguntava o que faria fazer para comemorar essa data. Para falar a verdade não vejo necessidade de fazer nenhum alarde. No meu gosto pelo silêncio e até pelo anonimato escolhi primeiramente fazer deste blog um laboratório, uma oficina de redação. Ir lenta e paulatinamente sentindo o leitor, ouvindo sua opinião e assim partindo aos poucos para o alarde, mas claro, procurando não fazer muito barulho.

Alarde, como gosto desta palavra! E como detesto seu significado! Só tenho apreço por ela mesmo porque lembra a música do Chico: “Eu bato o portão sem fazer alarde…“. Mas como sou blogueira, preciso me expor, necessito fazer alarde – mas muito alarde mesmo! – nas redes sociais para conseguir ser lida. E bota alarde nisso!

Gente, vocês não têm ideia de como foi e ainda é difícil. De como passei – e passo tantas vezes – despercebida, mas não desisto, sigo em frente, escrevendo e tentando, agora sim, a-pa-re-cer!

Então surgiu uma ideia para aparecer de uma maneira diferente, digamos que sem fazer muito alarde, só um pouco… Convidei algumas leitoras mais atuantes, receptivas e comunicativas para enviarem fotos fazendo alusão ao aniversário do blog. A participação delas – de vocês, no caso – foi surpreendente e assim festejamos os 3 anos de Atividade Pensante fazendo um certo alarde, mas sem escancarar demais!

Falo delas, de mulheres, porque realmente são a maioria por aqui, mas sei que tenho leitores homens também, eles são mais recatados mas de vez em quando até conseguem interagir através das redes sociais.

As fotos foram primeiramente divulgadas no Instagram e Facebook e agora estão ilustrando este post. Elas foram o presente mais moderno, democrático, gentil, bonito e agradecido que eu poderia ganhar e dar nesta data. Obrigada a cada uma das leitoras modelos que enviaram suas poses para abrilhantar a festa.

Minha maior recompensa é quando recebo um comentário dizendo que escrevi o que a pessoa precisava ler, consegui penetrar em seus sentimentos, minhas palavras serviram de reflexão ou consolo. Ou ainda que meus textos são relaxantes, acalmam e fazem bem. Esse reconhecimento é gratificante, revigora, inspira e dá mais vontade ainda de escrever.

Legado

Finalizo este texto com uma música de Lulu Santos que traduz muito da minha personalidade e também elucida sobre o meu ofício de escrever, que eu poderia enumerar assim:
1. Dar minha contribuição para melhorar o mundo incentivando a leitura, a escrita e o pensamento.
2. Incentivar as pessoas positivamente, escrever em sintonia com os leitores.
3. Deixar um legado, um pedaço de mim em palavras, um recado para minhas filhas lerem quando sentirem saudades da mãe e precisarem lembrar quem eu fui, qual foi a minha essência…
4. Escrevo porque gosto e não tenho a menor pretensão com isso, diga lá Lulu Santos


Apenas mais uma de Amor

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato, baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma ideia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de convencer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Ouça a música aqui

Leia o post: Blog faz 3 anos – parte I 

Leia o primeiro post do blog: Irene no Céu