Do Blog ao Livro

26 julho, 2017Flávia Frota

Flávia Frota agora também é FlaviaFrota.com

Do Blog ao Livro foi o tema da palestra de lançamento do meu novo blog: FlaviaFrota.com

Transcrevo aqui o texto que preparei para este momento especial.

Boa leitura!

Palestra

Olá, bookmores! Boa tarde!

É uma alegria imensa estar aqui com vocês neste sábado!

Vocês gostam de ouvir histórias? Então eu vou contar uma historinha para vocês.

Era uma vez…

Uma linda menina. Ela já nasceu forte! Era um bebê saudável, grande e gordinho. No berçário da Beneficente Portuguesa, em Manaus, chamava atenção pela beleza e pelo tamanho.

Primeiro contato com a literatura

A primeira lembrança que ela tem de literatura, vem mais ou menos dos quatro anos de idade. Esta proximidade com os livros não se deu somente através de um exemplar físico, veio em também forma de melodia.

O Pequeno Príncipe

Na casa de sua avó ela ouvia frequentemente o disco de vinil do Pequeno Príncipe, naquela vozinha doce, narrada pelo saudoso ator Paulo Autran.

Literatura Infantil

Quando entrou para o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, ela lembra perfeitamente dos dois primeiros livros de Literatura Infantil que leu: A Abelhinha Feliz e O Peixinho Dourado.

Romances Juvenis

Na antiga sexta série, aos 12 anos, encantou-se com Uma Rua Como Aquela e Ladeira de Saudade, romances juvenis que narram aventuras de pré-adolescentes. A identificação foi imediata. A menina morava na Vila da Barra, um conjunto de apenas uma rua sem saída. Ela e seus vizinhos se encontravam diariamente para brincar e conversar. O cotidiano da vida real e o dos livros era extremamente semelhante.

Clarissa

As aventuras de Clarissa e da adolescente que aqui lhes falo, eram as mesmas. Os questionamentos e sonhos da adolescência, o romantismo e o olhar atento, e principalmente a euforia. O mais marcante mesmo, era a semelhança física entre as duas personagens, o brilho no olhar e a esperança na vida.

Aos 13 anos, na antiga sétima série, a professora Ana Maria Fernandes pediu que as alunas lessem Clarissa, de Erico Verissimo. A garotinha romântica encarnou completamente a personagem, que também tinha a mesma idade.

A partir daí, a menina do Colégio Auxiliadora, juntava seu dinheiro e ia a pé até às livrarias Maíra e Nacional para comprar outros livros do autor. No mesmo ano ela leu Música ao Longe, Um Lugar ao Sol, Saga e Olhai os Lírios do Campo, todos de Erico Verissimo.

Influência do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora

Ela fez quinze anos e entrou para o antigo segundo grau. Nesta fase a influência das professoras Vânia Pimentel e Ritta Haikal foi determinante para a paixão da aluna por literatura.

A garota gostava de declamar poemas para a turma. Se apresentava em peças teatrais e jograis literários para o auditório lotado. A menina tímida passou a se soltar nos eventos culturais, mas só nestas ocasiões.

Estou literatura brasileira, sua matéria preferida, com toda dedicação. Se ia mal em matemática, nem ligava. Queria nota alta mesmo era em literatura brasileira e língua portuguesa.

Este período, que vai dos 15 aos 17 anos,  foi de extrema importância na vida da garotinha que tinha “os cabelos mais negros que a asa da graúna”, como escreveu José de Alencar, em Iracema.

A estudante do colégio salesiano feminino apresentou jograis de Castro Alves, Alphonsus de Guimaraes e Vinicius de Moraes, entre outros.

Declamou poemas de Drummond, Bandeira, Cecília Meireles e elegeu Dom Casmurro a obra “amor da sua vida”.

Releitura de O Pequeno Príncipe

Aos 16 anos releu o Pequeno Príncipe sozinha em seu quarto, no apartamento do Edifício Boulevard Amazonas. Quando terminou a leitura, já havia anoitecido. Aos prantos, ela se dirigiu à janela para procurar a estrela que o principezinho habita, e encontrou. Até hoje os dois se comunicam nas noites estreladas.

Professora

Estudou Magistério, deu estágio como professora por dois anos. Quando se formou deu aulas no CIEC para aluninhos de quatro anos. Depois, para conciliar o trabalho com os estudos da faculdade, a jovem professora lecionou particular.

Universidade

A moça determinada e independente fazia tudo sozinha. Foi assim que alcançou uma de suas melhores conquistas. Passou no primeiro vestibular, aos 17 anos, para a Universidade Federal do Amazonas – UFAM. O deslumbramento com aquela notícia, ela recorda perfeitamente até hoje.

Fez 18 anos em um domingo e na segunda-feira pisava pela primeira vez no antigo ICHL – Instituto de Ciências Humanas e Letras – da UFAM.

Ali, um novo mundo se escancarava à sua frente. Cursando Comunicação Social, a jovem universitária aprendeu ter um olhar mais crítico sobre o mundo, principalmente sobre os veículos de comunicação de massa.

Livros

Descobrindo que era manipulada pela televisão, a estudante desligou o aparelho e abriu os livros. E assim tem sido até hoje.

Frequentava a biblioteca em busca de livros da sua área para fazer os trabalhos acadêmicos. Mas era nas estantes de letras que encontrava o prazer e a realização. Descobriu a poeta portuguesa Florbela Espanca, voltou a ler Augusto dos Anjos e se encantou por Quintana.

Graduada em Relações Públicas, o que mais lhe deixou saudades dos bancos acadêmicos foi o direito de trazer livros para casa.

Passados alguns anos voltou à academia para fazer complemento de habilitação, desta vez cursou jornalismo. Pela timidez e introspecção ela não ambicionava seguir carreira jornalísta. Queria aprender a escrever melhor.

E foi lendo Caco Barcelos, Gabríel Garcia Márquez e relendo Dom Casmurro – obra prima do autor e da leitora. E foi escrevendo, escrevendo, escrevendo… aperfeiçoando seus dons de infância.

Mãe

Quando nasceu sua segunda filha, a caçula… Pausa! Vou falar baixinho e contar um segredo para vocês. Apesar dela ter cursado e sido aprovada em todas as disciplinas curriculares, faltava fazer o TCC – Trabalho de Conclusão de Curso.

A menina, agora mulher,  e principalmente MÃE, largou tudo e foi amamentar a pequena. O currículo mudou e ela não pode mais voltar para fazer o TCC e receber o título de jornalista.

Embora se arrependa, fez o seu melhor naquele momento, ser mãe em tempo integral. Além do mais, ela nunca quis ser jornalista, queria apenas aprender a escrever melhor, e este resultado, parece que ela alcançou.

A mãe dedicada descobriu que encontrar tempo para ler é mais um dos infinitos desafios das mães. Quando nasceu sua primeira filha, passou mais de um ano sem conseguir abrir nem a revista Veja.

Reencontro com a Literatura

Quando conseguiu voltar a ler, Estação Carandiru foi o primeiro livro desta nova fase. A obra hipnotizou a jovem mamãe. Ela lia aos pedaços, uma linha, um parágrafo, uma página. Um olho nas letras e outro nas traquinagens da criança.

Lu e Lina Papelaria Personalizada

Quando a caçula começou a estudar no Pinnochio, a mamãe inventou um novo ofício. Criou a Lu e Lina Papelaria Personalizada. O nome do negócio foi escolhido em homenagem às filhas: Lu de Luciana e Lina de Carolina.

Começou a produzir artesanalmente cartões, convites, etiquetas, marcadores de livros e outros produtos de papelaria, tudo personalizado e feito por ela, sozinha.

Nesta fase ela começou a redigir textos para cartões e convites de aniversário, declarações de amor e tudo que as clientes pediam.

Frases

Se apaixonou por frases. Comprou o livro Frases Geniais e retomou um antigo hábito da adolescência: copiar versinhos em um caderno. Mas agora eram frases poéticas e literárias. E a paixão pela leitura continuava…

A amiga Eliane Flores lhe indicou os cronistas Ivan Martins e Martha Medeiros, ela passou a ler compulsivamente os textos dos autores.

Reflexões

“De todas as liberdades, a mais inviolável é de pensar”

Passou a refletir mais e mais sobre o lixo de informações que via ao seu redor e sobre o quadro caótico da educação no Brasil.

Conteúdo

Se cada um podia compartilhar a besteira que queria, então, por que ela não poderia compartilhar CONTEÚDO de qualidade?

Blog de Conteúdo

Decidiu, vou criar um blog para incentivar a leitura. Seu propósito era educação, literatura, conhecimento e pensamento crítico.

“Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”.
Malala Yousafzai – ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2014, paquistanesa de 17 anos.

Fazer a minha parte

Ela pensou: Já que eu tive oportunidade de estudar, vou fazer a minha parte em benefício dos excluídos deste privilégio, que é o acesso à educação no Brasil.

Passou alguns dias escolhendo o nome para o blog, criou uma lista de sugestões. O tempo passou…

A Comunicadora, profissional de Relações Públicas, pensava: Para criar um blog, primeiro eu preciso fazer o planejamento, definir o público e traçar as estratégias.

Nasce o primeiro Blog

Até que uma noite, decidiu! Vou agora para o computador e vou iniciar meu blog!. Sem planejamento, sem nada, mãos à obra!

E assim, há quase seis anos, em outubro de 2011, nascia o saudoso Atividade Pensante. [Todo o conteúdo produzido na diário virtual anterior será mantido no novo blog].

Como nada acontece por acaso, adivinhem qual foi o primeiro texto que a nossa personagem escreveu? Irene no Céu, em homenagem à sua avó e à afilhada dela, Izaltina.

A partir daí ela nunca mais parrou de escrever. Continuou lendo, refletindo, questionando, escrevendo e reescrevendo… O ofício do escritor é reescrever, lapidar, burilar o texto. Virou cronista, articulista, poeta, blogueira enfim, escritora!

Inglês e Pós-graduação

Voltou a estudar inglês e se formou novamente no nível intermediário. Deu aulas de inglês para crianças, retomando a carreira de Magistério. Este ano ela se forma no nível avançado.

Leu seu primeiro clássico em inglês, Pride and Prejudice, de Jane Austen.

Começou a pós-graduação em Assessoria de Imprensa e Mídias Digitais.

Universo Digital

Enfrentou a insegurança e aos poucos foi ganhando coragem e destaque no universo digital.

Estabeleceu um relacionamento com seus leitores através do blog, das redes sociais e principalmente do contato pessoal.

Com empatia, foi capaz de proporcionar as mais diversas experiências positivas ao seu público, sempre atento e bem informado.

Espaço em Outros Sites

Neste período ela foi colaboradora de outros três sites:  Curta CrônicasPortal Amazônia, e Portal Xibé. Em 2016 teve uma de suas crônicas publicadas no jornal Amazonas Em Tempo.

Através de seu blog, ela já promoveu duas campanhas de arrecadação de livros para a criação de novas bibliotecas.

Também participou de vários outros eventos que incentivam a leitura, como cursos, palestras, workshops, saraus e entrevistas em rádios e televisões.

Moldura Pensante

A criatividade se transformou no produto Moldura Pensante, com frases autorais.

Antologia

Em maio deste ano, o poema de sua autoria, “Mergulho de Amor”, foi lançado no LivroAlém da Terrra, Além do Céu, Antologia de Poesia Brasileira Contemporânea, da editora portuguesa Chiado.

Em Breve o Primeiro Livro de Crônicas

A protagonista desta história tem contrato assinado com esta mesma editora para a publicação de seu primeiro livro, que está em fase de conclusão. O lançamento da obra marca mais uma conquista na trajetória da escritora, trilhando os caminhos do blog ao livro.

Seu livro será lançado simultaneamente no Brasil e em Portugal, com tiragem inicial de 3 mil exemplares. Se ela conseguir vender tudo, sua obra será traduzida para mais dois idiomas, inglês e espanhol e será publicada na Inglaterra e na Espanha.

A menina introspectiva venceu a timidez no mundo real e principalmente no virtual. Deixou fluir seus talentos, trabalhou para aperfeiçoá-los e abraçou ainda mais forte a causa da leitura e da educação.

Cresceu e apareceu!

“Ela não sabia que era impossível, foi lá e fez.”

Muito prazer, eu sou Flávia Frota. E agora também FlaviaFrota.com

Obrigada!

22.07.2017

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Fotos: César Catingueira

Leia matéria do Portal Em Tempo

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Apresentação usada na palestra: