Kikão: Símbolo da Geração Anos 70
13 outubro, 2011Flávia FrotaKikão: Símbolo da Geração Anos 70
Point da Moçada
Quem foi jovem na Manaus da década de 70 deve lembrar do Kikão: O point da moçada! Um trailer localizado na praça São Sebastião, que servia um cachorro- quente delicioso, preparado pelo casal de gaúchos Cândida e Alceu.
É Proibido Proibir
Frequentado diariamente por jovens rapazes de cabelos longos e mocinhas irreverentes. Período da ditadura militar. Em uma época em que quase tudo era proibido, o lema deles era: é proibido proibir.
Programa de Família
As famílias também também não deixavam de participar e, principalmente, saborear. Discretamente, dentro do carro, aglomeravam-se para disputar o que era um dos ótimos programas para se fazer na Manaus de antigamente.
Dona Cândida
Dona Cândida, simpática, bonita, cabelos negros e longos, sempre presente no Caixa, administrava tudo. Trabalhava madrugada adentro com determinação e coragem, em parceria com o marido Alceu. Trabalharam duro, mas valeu a pena!
Moda
Conseguiram recompensa financeira e profissional. Lançaram moda. E, como o que é bom merece ser copiado, os trailers de Kikão invadiram a cidade. Pequenos comerciantes – como se chamava na época – agora seriam empresários – abriram negócios idênticos, com outros nomes.
Oitentão
Lembro que havia o Oitentão – com o número 80, bem grande, na placa. Esse era de vanguarda, uma vez que ainda estávamos no final da década de 70. O mais engraçado era o Ratão – ai, que nojo! – e muitos outros.
Sempre Kikão
Os trailers, hoje, já não são comuns, mas não é raro encontrar uma daquelas pequenas vans vendendo hot dog, que o amazonense ainda insiste em chamar de Kikão.
Vocábulo
Essa é uma marca, um vocábulo incorporado ao linguajar baré. Tão importante na nossa cultura, que está inserido no Dicionário de Amazonês, do professor Sérgio Freire: Amazonês
Viva
E como ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém, Dona Cândida Dorneles Neves, que partiu dia 6 de outubro de 2011, permanecerá viva em nossas memórias.
Viva! Como símbolo de um tempo, de uma geração, de um estilo de vida, e do Kikão mais gostoso que o amazonense já provou.
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Flávia, estou amando ler os seus artigos principalmente porque são escritos com perfeição, admiro muito a língua portuguesa e estou admirada como você escreve bem.
Continue, não pare.
Adorei o artigo do “kikão”, lembrei de minha infância pois ia lá bastante com meu pai e minhas irmãs.
Oi amiga!
Achei ótima a sua idéia e muito original o nome….gosto de ver pessoas como vc…….sempre pensando em ajudar de alguma forma!
10000000bjs
Marilia
Excelente artigo. Linguagem leve, bem escrito e assunto interessante.
Estudei inglês no Yazigi, ao lado do Kikão, e seu artigo me trouxe boas recordações.
Parabéns.
É verdade, o Kikão q ficava perto da praça S. Sebastião era demais da conta! Muito bem colocado essa citação… parabéns!
Parabéns, vc como escritora produz textos que nos fazem se não viajar no tempo ao menos imaginar com perfeição o que teria sido… “quem lê viaja” foi dessa forma que me senti neste e em outros textos do blog.
Grande Flávia meu retorno a Manaus em abril lavou minha alma, após 23 anos ré-encontrar a cidade de minha infância, rever poucos mas maravilhosos amigos, lembrar dos gaúchos que como nós fizeram um pouquinhos por esta terra amada, tão amada que tenho orgulho de ter uma irmã nascida manauara. Saudades de uma linda infância , do tio Alceu do kikao e sua honra gold wing que eu adorava sentar e sonhar na direção, da turma do Vila da Barra,…. Amo todos que estarão para sempre na minha história ! Parabéns pelo sopro de felicidade que me presenciastes com este belo texto. Sucesso, saúde e paz! Carlos Fernandes Celestino -Porto Alegre/RS
Parabéns,adorei o artigo.Uma pena não ter tido a honra de saborear esse kikão pois ainda não era nascida.;) Vc é uma pessoa com um dom espetacular. Obrigado por fazer essa grande homenagem a Dona Cândida. Um grande Beijo. Juliane e Augusto.
adoreiiiiiiiiiiiiiiiii, era mesmo uma delícia, seu blog é muito bacana, parabénssssssssss….. Lucia
Sinto-me privielgiada por ter conhecido e convivido durante muito tempo com você Flavinha! Fico muito orgulhosa de você, dos seus artigos, da sua linguagem simples e perfeita e do seu português. Parabéns minha amiga, muito sucesso p vc! Bjos!
Flavia, escrever eh um atributo das pessoas sensiveis. A gramatica se aprende na escola mas, juntar as letrinhas e tocar a alma das pessoas eh um privilegio de poucos. Continue e, deixe-nos usufuir de cronicas como essa. Beijoooooooooooooooooo
Amiga vc nos alimenta com seus escritos, obrigada mil vezes pela sua existência!! Sou sua admiradora número 1 e ainda terei o prazer de te ver “imortal”!!! Bjooooo bem grandao minha sumidade em redigir textos indefectíveis!!!!
Kátula Regina Garcia
Quanta saudades de saborear um delicioso kikão na lanchonete tipo trailer localizado na Bola da suframa na decada de 70 à 80, chamada de bolão…quem ainda lembra?
Rosivaldo Salgado
valeu
Fiquei muito emocionado pelo reconhecimento e carinho mencionado no seu artigo dedicado aos meus pais, muito obrigado Flavia!!! Adorei de coração!!! D. Cândida estará sempre em minha memória e dentro do meu coração!!!
Augusto,
Realmente essas palavras saíram do fundo do coração, vivi momentos muito felizes ao lado de seus pais, presenciei sua chegada, viajamos juntos, de carro do Rio Grande do Sul até Belém. Conheci seu avô Aristides e a churrascaria dele, e seus pais no Kikão antes mesmo de sermos vizinhos. Depois nosso pais foram sócios. Dona Cândida era uma mulher linda, encantava e seduzia com seus belos cabelos negros e longos, muito simpática e trabalhadora, aquela dava duro mesmo! E o melhor de tudo, uma mãe muito apaixonada por você, boba de amores…
Isso tudo nunca acabará, por isso tentei eternizar aqui também.
Um abraço
Confesso que suas crônicas – ou escritos, como quiser – me encantam pela precisão de memória em falar tudo que Manaus merece.
Jamais passou pela minha cabeça que aquela garotinha linda – de 3 a 4 anos – que almoçou e jantou muitas vezes comigo no Restaurante Alvorada (na época o mais chique da cidade), fosse se transformar em uma grande escritora.
Li com atenção os comentários no Atividade Pensante e confesso que fico até com vergonha de comentar algo, por não ter um português à altura de vocês. Mas aqui o que fala é o coração de quem tem um carinho muito especial por você. Circunstâncias da vida nos separaram, mais o afeto permanece.
Achei o máximo você falar do Alceu e sua esposa (não sabia que ela tinha falecido), criadores da marca Kikão, que prevalece até hoje.
Flavinha um beijo no coração, saúde e paz junto a toda sua família. Vou continuar acompanhado o Atividade Pensante.
Estava lendo sobre o Kikão, adorei! Eles foram os pioneiros dos fast truks, que estão na moda agora.
Muito bom ler esse texto. Saber da D. Candida, autora da receita do kikão. Muito legal.
Muito interessante amada, buscar o contexto histórico mostrando que uma atitude pode mudar realidades.
Até hoje este “prato” é meio de vida de muitos.
Amei o texto.
Ah o kikão. Sabor inigualável.
De 87 a 92, meu pai comprou o carro lanche e tocou o negocio. O kikao continuou pois vendia muito. Era o carro-chefe do lanche.
Muitas saudades dessa época e para manter a memória fiz um blog http://www.molhodokikao.blogspot.com. Possui algumas fotos (as que foram salvas do tempo).
Ate hoje faco O kikao. O mesmo sabor, mesmo cheiro. Meu lanchinho nostálgico.
E isso.
Carlos – Kikao Centro.
Que maravilha, Carlos!
Vou conhecer o seu Blog. Obrigada pelo comentário enriquecedor! 😊