Mãe: Perfeição até na limitação

08 maio, 2015Flávia Frota

Foto: Ultrad.com.br

 

Primeiro a gente é filha e neta,
Brinca de boneca,
Ensaia o instinto materno nato:
Empurra o carrinho da filha,
Dá chupeta e mamadeira,
Troca até as fraldas dela.

Eu vivi essa fase infantil,
Com extrema intensidade,
Cheia de sonhos
E de imensa realidade.

Minha infância foi um importante
Marco de construção da maternidade.
Se existe alguém que nasceu para ser mãe,
Saibam que este alguém sou eu.

Ser mãe sempre foi meu maior sonho,
Uma parte do caminho,
Um curso para onde a vida deságua…
Um título tão importante e imprescindível
Quanto o diploma da faculdade.

Uma certeza,
Uma vocação congênita,
Um desejo cotidiano.
De todos os meus sucessos,
O topo e o pódio sonhados
Sempre foram o de ser mãe.

Sair da maternidade
E levar o bebê para casa
Era um momento de liberdade.
Ninguém poderia tomar meu troféu;
Realmente eu estava no pódio do céu.

Aí sim, eu podia comemorar!
Deixar a maternidade é a carta de alforria de toda mãe,
Um atestado de que, enfim o filho vingou e é todo nosso.

Está certo que é uma carta de alforria meio às avessas.
Na verdade, nossa escravidão começa ali,
Com data marcada para nunca mais terminar.
Mas, quem de nós vai querer libertar-se?

É a prisão mais livre,
O cativeiro mais divertido,
O cansaço mais leve
E as noites em claro mais iluminadas.

A melhor carreira,
O salário mais recompensador,
A mais plena realização,
A missão mais desafiadora e
Eternamente inacabada.
Por isso mesmo, a mais desejada.

Ser mãe é o nosso
Papel mais difícil,
A dedicação mais desmedida,
O reconhecimento mais tardio,
O amor mais incondicional.

E, por este amor infinito,
A gente encara todo tipo de renúncia,
Faz careta e sorri.
Reclama e gosta,
Pede que cresçam
Já sentindo saudades da infância.

Mães são paradoxos que nunca se esgotam,
Cuja contradição está entre o que dizem com língua afiada
E o que fazem com coração derretido.

Somos filhas de mães e avós,
Crescemos e e nos tornamo mães,
Aí é que olhamos para trás e compreendemos
Quanta perfeição há na limitação das mães!

Dedico estas linhas à minha mãe, às minhas saudosas avós, às queridas tias, irmãs, cunhadas, amigas e leitoras.

Ofereço ainda este escrito às pessoinhas que me deram o maior presente da vida: tornaram-me MÃE! Carolina e Luciana, tudo quanto eu escrevo é fruto da minha vivência ao lado de vocês, minha fonte de amor, emoção, sentimentalidade e força. Diariamente vocês me ensinam que não há limites para sonhar e realizar o que queremos. E o que eu quero é amar, amar vocês e amar a humanidade…

Oferto meu carinho e respeito para as mães de sangue e mães do coração, as boadrastas, tias, madrinhas, pais que são mães, professoras, vizinhas, amigas, irmãs e para todas as mulheres que sabem amar e se doar como verdadeiras mães, embora não possuam essa denominação oficial.

Que as palavras aqui escritas ecoem pelo universo e cheguem às estrelas, onde habitam as mãezinhas que já partiram e as dos filhinhos que a vida levou precocemente.

A cada uma de vocês, leitoras queridas, um forte abraço, um grande beijo e um grito de Parabéns pelo nosso Dia das Mães!

Carinhosamente,

Flávia

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