Bonecas

 

Quando eu era criança adorava brincar de bonecas e passear de carrinho com elas. Durante essas brincadeiras eu sempre sonhei com o dia em que teria um(a) filho(a) e empurraria o carrinho com uma criança de verdade, que se mexesse, comesse, chorasse e principalmente sorrisse para mim.

Muitos anos antes de ser mãe, o nome dela já estava escolhido, seria CAROLINA, simplesmente porque é um nome lindo, como ela haveria de ser também.

Enquanto eu curtia a vida de recém-casada, quase todas as manhãs – ao sair de manhã – encontrava uma vizinha simpática chamada Regina. Conversávamos rapidamente no elevador, mas nesses breves instantes era possível estabelecermos uma agradável conexão, e assim nasceu entre nós uma sincera afeição.

Enfim chegou a hora de ter meu sonho realizado, fui mãe de uma menina, e dei a ela o nome previamente escolhido: CAROLINA. Logo estava eu empurrando o carrinho de uma boneca de verdade, a minha filha, e não mais das bonecas de brinquedo.

Era inevitável relembrar minha infância, os passeios com as bonecas e os projetos para a vida futura… Enfim o futuro estava ali, virando presente, o melhor presente que Deus poderia me dar.

 

Bonecas de verdade

 

Nos primeiros passeios avistei outra neném, alguns meses mais crescidinha que a minha e igualmente bela. E qual foi a surpresa ao fazer a apresentação das duas?! Elas se chamavam CAROLINA E MARIA CAROLINA. A partir daquele momento a Maria Carolina passou a ser a primeira coleguinha da minha filha Carolina. E as Carolinas, passaram a protagonizar as primeiras descobertas uma da outra.

Descobri que a Maria Carolina era filha da Carol – amiga de faculdade da minha irmã Márcia – e filha da Regina, a vizinha alto astral que eu encontrava quase todas as manhãs no elevador. Mais do que coincidências eu acredito em sintonias!

 

As meninas

 

O primeiro filho (aliás, todos!) envolve a mãe num clima de magia, mistério, cautela e um certo desespero. Eu e a Carol – mãe da Maria Carolina – passamos por tudo isso juntas. O cuidado diário, a dedicação redobrada durante vacinas e doenças, o temor da febre, a preocupação com a alimentação, a prevenção de quedas, e todos os desafios e encantos que envolvem a sublime missão de ser mãe.

Durante um ano e sete meses a minha Carolina descia diariamente – de manhã e a tarde – para passear e brincar com a xará, vizinha e primeira coleguinha Maria Carolina.

Cresceram juntas vivenciando os momentos mais importantes da infância, o nascimento do primeiro dentinho, as primeiras palavras, os primeiros passinhos, as primeiras brincadeiras e descobertas, tudo de primeira!

Lembro que a minha Carolina começou a falar muito cedo e quando ela estava com dez meses, nasceu o Gustavo – irmãozinho da Maria Carolina – ela o chamava de Gustavo Bebê, no seu linguajar de neném também.

Assim, as duas Carolinas foram testemunhas do crescimento uma da outra, e muito mais que isso, eu e a Carol acompanhamos a evolução e as descobertas das duas sempre com olhares atentos e a emoção aflorada. Das duas e dos quatro, porque a Maria Carolina ganhou o irmão Gustavo e anos depois a Carolina recebeu a irmãzinha Luciana.

Eu nunca consegui olhar para a Maria Carolina sem me lembrar dos passeios de carrinho que ela e a Carolina protagonizaram juntas. Jamais vi o Gustavo com olhos que não recordem que nós lhe vimos nascer. E sei que a Carol sente o mesmo quando vê as minhas meninas.

 

15 anos

 

Neste sábado, a Maria Carolina festejou seus 15 anos. Como sempre, desde pequenininha, ela está 8 meses à frente da minha Carolina. Ela nasceu primeiro, andou primeiro, falou primeiro, estudou primeiro e agora fez 15 anos primeiro.

Ao receber o convite, todo esse filme passou rapidinho na minha mente, a emoção de termos vivido juntas momentos tão importantes e significativos veio à tona.

Elas estiveram juntas em vários aniversários uma da outra, lembro bem do presente que a Maria Carolina deu para a Carolina no seu primeiro aniversário, uma Barbie cerejinha, que ela adorou e foi a primeira Barbie dela.

A Maria Carolina foi o meu espelho de mãe, todo dia eu olhava para ela e imaginava como seria o crescimento da minha filha, como ela estaria dali a 8 meses. Ela foi um referencial, uma espécie de experiência bem sucedida para mim.

As crianças foram crescendo juntas, depois a Carol se mudou com os seus, eu me também me mudei mais tarde, mas a nossa amizade continuou. Passado um tempo nossos filhos se reencontraram estudando no mesmo colégio.

E aí as Carolinas passaram novamente a se ver diariamente. Nós, mães, a vê-las crescer juntas a cada centímetro, vivenciar a chegada da adolescência e infelizmente presenciar momentos de tristeza também.

 

Maria Carolina

 

Maria Carolina, quando seu pai concluiu a missão dele aqui na terra e precisou partir para continuar a viver em outro plano, nós estivemos presentes fisicamente, porém muito mais em pensamento e orações. E até hoje é assim, rogamos sempre a Deus que esteja ao lado de vocês dando força e conforto na caminhada.

Hoje estou aqui, Maria Carolina, para dizer que além de linda, você é muito amada pela sua família e querida pela nossa também. Estarmos ao seu lado celebrando seus 15 anos, o encanto da sua beleza, meiguice e encanto foi uma grande alegria!

Saiba que seu aniversário foi surpreendente, você foi uma debutante fora do comum, que esteve acessível aos convidados, presente, disponível para que nós pudéssemos tietar e mimar você, fotografar e agradar, olhar, relembrar e imaginar…

E no meio de seus convidados queridos, da emoção de sua mãe, dos cuidados de seu irmão, do carinho das avós, tias e tios, havia um convidado muito especial, que se fez presente de uma maneira sutil, porém infinitamente amorosa: seu pai Aldenir. Você sabe que ele está sempre ao seu lado, zelando pelos filhos, iluminando a família, conduzindo vocês pelos melhores caminhos, livrando e protegendo, cuidando e amparando.

Você é testemunha da falta que ele tem feito, conhece a tristeza da saudade e a angústia das lembranças. Mas também é capaz de perceber que vocês são vencedores, que sobreviveram ao que parecia impossível, que enfrentaram a dor e que apesar de tudo a felicidade brota, desponta e se instala novamente em suas vidas.

Sua festa de 15 anos foi a prova de tudo isso! Apesar das dificuldades, a vida está seguindo, as coisas se encaixando e tomando seu curso… A Carol como mãe dedicada e amorosa que sempre foi, continua tendo o apoio espiritual do marido para criar, educar, orientar e fazer você e o Gustavo muito felizes.

Foi isso que nós vimos no seu début, uma reunião de amigos, jovens animados irradiando frescor, contentamento, descontração e desejando a você muitas felicidades!

É isso que nós queremos, que a felicidade venha e se instale definitivamente na sua vida e de sua família. Que aquela festa linda, que marca o início da sua juventude também seja o referencial de uma nova fase de realização, amor, tranqüilidade e alegria!

Saiba que somos muito felizes por participar dos momentos marcantes de sua vida, desde o início, naquelas manhãs e tardes de passeios de carrinho…

 

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