O deus do Tempo
23 fevereiro, 2012Flávia Frota
Um dia a gente se encontra”
Mário Lago
Recentemente, eu e duas colegas de colégio nos reencontramos no Forte de Copacabana – Rio de Janeiro, após longos anos sem nos vermos. Terminado o passeio e ainda sob efeito da emoção, comparei o Forte que serviu de cenário a outro forte que possibilitou o encontro: o deus do Tempo.
O mesmo tempo que nos separou, colocava-nos frente a frente de novo. Não, ele não é apenas amargo e cruel, ele acabava de provar que também pode ser doce e gentil. Apesar de ter separado nossos caminhos, agora se desculpava e oferecia uma possibilidade de fazer as pazes conosco.
Este deus todo poderoso, nos seduz na juventude e decepciona na maturidade. Entre suas faces mais temidas estão o envelhecimento e a morte. A velhice, apesar das dificuldades, tem seu lado belo que nos recusamos a valorizar. Os que chegam a esta etapa da vida e aceitam conviver pacificamente com ela, ainda têm muito a usufruir. Além da experiência de vida, geralmente acumulam tolerância, paciência, resignação e sabedoria.
E quanto à morte, por mais cruel que pareça, não é de todo perversa. Ela não consegue apagar da memória sentimentos e lembranças, permitindo a quem se foi permanecer vivo no coração de quem fica. É verdade, quem fica sofre, mas diz o ditado que “o tempo cura tudo”, ameniza, torna a dor, digamos, menos insuportável. Para quem parte desta vida, há uma frase que serve de consolo e alívio: “A morte não é o contrário da vida. A morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários” (autor não identificado).
O tempo é contraditório: desperta medo e incerteza, mas também coragem e esperança. Tira tudo que dá: pessoas queridas, momentos felizes e fases da vida. Da mesma maneira que põe fim ao que é bom, acaba com males e sofrimentos. O tempo não permite que nada dure para sempre.
O melhor mesmo é fazer um acordo com ele e aceitar que embora não volte, “o tempo não para”, como disse o poeta Cazuza. Conviver em harmonia com este deus é questão de sensatez, e para isso é fundamental aceitá-lo do seu modo, misterioso, imprevisível e irrevogável.
Ouça e leia no link abaixo a música Oração ao Tempo, de Caetano Veloso:
http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/44760/
Leia no link abaixo sobre o deus do tempo na mitologia:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mitologia-grega/cronos.php
Lindo texto, Flavinha. Fiquei emocionada. Beijos, Paulinha
Mais um texto maravilhoso! Amei! Beijos.
Maysa.
Parabéns pelo belo texto, Flávia! Bjsssss!
Bom demais…leitura das mais confortadoras…
saber tirar proveito!!
beijos feliz 2013!
Andréa