Pais que são uma mãe. Pais que só querem paz, liberdade e nenhuma responsabilidade.

Mães que são verdadeiros pais. Pais que penteiam cabelos, fazem comida, entoam cantigas de ninar…

Pais que de tão bonachões têm dificuldade para impor respeito. Pais tão severos que não conseguem demonstrar carinho.

Pais separados que vivem perto dos filhos. Pais que se separaram da mãe e se afastam das crianças. Pais casados com o trabalho, que têm dinheiro mas não encontram tempo para exercer a verdadeira paternidade.

Jovens papais saídos das fraldas, e agora? Ainda nem deu tempo de aprender direito e já têm que ensinar! Velhos papais-avôs, como fazer tudo de novo?

Pais injustiçados pelo fetiche da mãe super poderosa, dedicada, amorosa e quase perfeita, ou seria mais-que-perfeita?

Existem muitos pais que merecem as mesmas reverências das mães. Apesar das diferenças biológicas e sociais entre os sexos, eles desempenham maternalmente sua missão paternal com muita dedicação.

Outros, infelizmente abrem mão dos ossos do ofício e perdem toda a delícia que o amor e a gratidão filial proporcionam.

Gratidão? Os pessimistas diriam, filhos são ingratos! Será? Detesto rótulos, sejam eles de mães perfeitas, pais descompromissados, filhos mal agradecidos, etc e tal.

Os filhos pequenos são um poço de apego e carinho com os pais. À medida que crescem vão se distanciando fisicamente. É a chegada da adolescência, idade de curtir a turma, isso é normal, faz parte da evolução humana. Quem aqui nunca foi jovem, rebelde e questionador?

Nessa fase os pais tornam-se o modelo do tudo errado e os sonhos são para ser e fazer tudo diferente. Logo, logo, vem a idade adulta, e com ela a maturidade, pais e mães passam a ser endeusados, elogiados e acreditem, até copiados!

E há duas músicas que ilustram muito bem essa fúria juvenil, vejam só:

Como Nossos Pais – Belchior / Canta: Elis Regina

Minha dor é perceber

Que apesar de termos

Feito tudo, tudo,

Tudo o que fizemos

Ainda somos

Os mesmos e vivemos

Ainda somos

Os mesmos e vivemos

Como nossos pais…

Pais e Filhos – Legião Urbana

Você culpa seus pais por tudo.

E isso é absurdo.

São crianças como você

O que você vai ser, quando você crescer?

Além… Pais

Há os pais que morrem cedo e deixam seus filhinhos órfãos, quanta tristeza! Até a bíblia trata com atenção especial os órfãos e as viúvas. Apesar da emancipação feminina, nunca nada substituirá figura do pai, tão importante para o crescimento saudável da criança, tanto no sentido psicológico, quanto emocional – e na maioria das vezes até financeiro. Só quem já passou por esse sofrimento é capaz de compreender.

Na data do Dia dos Pais todos os filhos ficam saudosos de seus pais que já partiram para outra vida… Alguns desses pais se foram deixando bebês e crianças pequenas, outros tiveram mais tempo, e a oportunidade de educar e ver seus rebentos crescerem.

A saudade é latente, e sempre surge para mostrar sua face através de ternas lembranças. Feliz de quem tem momentos alegres para recordar, porque sabemos que o amor nunca morre, permanece vivo em qualquer dimensão.

Para os mais sensíveis e espiritualizados, a presença daqueles a quem nos ligamos por laços de amor é notória em nossas vidas. De onde estiverem, os pais sempre intercedem para o bem e a felicidade de seus filhos. E aqui vai mais uma música que eu adoro e traduz esse sentimento de sintonia eterna entre pais e filhos.

Aonde quer que eu vá – Os Paralamas do Sucesso

Olhos fechados

Pra te encontrar

Não estou ao seu lado

Mas posso sonhar

Aonde quer que eu vá

Levo você no olhar…

Não sei bem certo

Se é só ilusão

Se é você já perto

Ou intuição

E aonde quer que eu vá

Levo você no olhar…

Longe daqui

Longe de tudo

Meus sonhos vão te buscar

Volta pra mim

Vem pro meu mundo

Eu sempre vou te esperar…

Pais de Rua

Em tempo de evolução social, felizmente até os chamados cachorros de rua passaram a ser respeitados e ter seus direitos preservados, ao menos para quem tem bom coração.

Mas antigamente, o termo cachorro de rua era – e ainda é – pejorativo, significava cão sem dono, animal abandonado. É por isso que me veio à mente a ideia do pai de rua.

Pai de rua é aquele sujeito que ganhou o mundo – sumiu na vida – desconsiderando os direitos dos filhos e os abandonando como cachorros de rua, filhos sem dono, ou pior, sem pai!

Quantas mães têm nos ombros a sobrecarga de criar, educar e manter as crianças sozinhas? Sem apoio moral, emocional nem financeiro? Todos nós conhecemos várias! Alguns pais desaparecem definitivamente, outros apenas se afastam.

Aí eu faço algumas perguntas para eles:

– Por que o seu filho com sua ex-mulher passa a ser menos seu filho após a separação? Por que a separação não pode ser somente entre o casal? Não é justo separar-se dos filhos também!

– Por que um filho de pais separados passa a merecer menos tempo, carinho e atenção? A ter reduzidos dinheiro, passeios, viagens, roupas, e até os gastos com educação e saúde?

– Por que os filhos nos novos casamentos vão tomando lugar de destaque, da vez, da hora, da moda?

E eu mesma respondo: É porque esse sujeito ainda não aprendeu a amar…

É comum percebermos que muitas vezes o pai mão-aberta vira um pão-duro só porque trocou de mulher. Encontra mil compromissos mais importantes do que a companhia dos filhos e ainda reclama dizendo não ser amado como deveria. Cada caso é único, mas exemplos assim ainda são muito mais comuns do que deveriam.

É por isso que a figura do padrasto muitas vezes substitui a do pai biológico. Há casos em que o marido da mãe passa a substituir muito bem a figura do pai ausente, dando todo o suporte emocional – e muitas vezes até financeiro – que a criança precisa e sente falta.

Assim, já é comum ver-se noivas elegendo como pai aquele que criou, e não o que simplesmente gerou. Ver o nome do marido da mãe nos convites e a presença dele entrando na cerimônia de mãos dadas com a noiva, sua filha do coração.

Acho isso bonito e ao mesmo tempo muito triste… Provavelmente muitos pais de rua se arrependem, mas um pouco tarde, é verdade!

Há os pais de filhos bastardos, e quero aqui dar meus aplausos para aqueles que acolhem, como o Rei Roberto Carlos e o ex-jogador Ronaldo Fenômeno. Para os que ignoram os filhos que chegam mais tarde, como o Rei (?) Pelé, as minhas mais profundas condolências.

Ainda existem os irmãos mais velhos, que sempre assumem um pouco o papel de pais, são um tipo de referencial e porto seguro. Principalmente nas famílias onde não há a presença do pai.

Pais adotivos, paidrastos, paidrinhos, avós, tios, irmãos, mães-pais, seja quem for, o importante é desempenhar sua missão com responsabilidade, comprometimento e amor, garantindo um lugar de destaque no coração do filho(a).

Enfim, temos pais de todos os tipos, para todo gosto ou desgosto.

OBS.: Infelizmente a quantidade de crianças que apresentam problemas sérios na convivência com padrastos, é muito maior que o número daquelas que têm a sorte de encontrar um segundo pai de verdade. Isso é um fator a ser considerado com muito cuidado e responsabilidade pelas mães e a sociedade, jamais negligenciado, como tem sido comum.

Felizes para sempre

Hoje é Dia dos Pais, dia de alegria, agradecimento, gratidão e amor. Quem teve a sorte de ter um pai maravilhoso, e a felicidade de ainda tê-lo ao seu lado, que o cubra de beijos e abraços.

Aqui vai todo o meu carinho para o meu pai Frota e para o meu marido – pai de minhas filhas – Franklin. Eles deram conta do recado! Por isso hoje estão felizes e realizados por colherem os frutos do dever cumprido.

A quem não teve o pai dedicado que merecia, só resta tentar perdoar, porque se o perdão faz bem a quem recebe, beneficia muito mais a quem dá.

E aqueles que tiveram um grande pai, mas que já partiu dessa vida, rezem, orem e conversem com ele, certamente, a distância física não supera a força do amor!

Feliz Dia dos Pais para pais e filhos!