Ser Mãe em Tempos Modernos
21 novembro, 2011Flávia FrotaSer Mãe em Tempos Modernos
Mulher Mãe
De todos os papéis da mulher, a maternidade é, sem dúvida, o mais complicado e importante. Ao mesmo tempo que deslumbra e encanta, assusta e amedronta. Torna a mulher feliz e completa, considerando que para a maioria ainda é a realização do maior sonho.
Maternidade
Essa missão linda, encantada e nobre é também a mais cansativa, desafiadora, abrangente e interminável. O sucesso ou o fracasso afetam, além da vida de outro ser, o futuro da sociedade.
Milagre da Vida
Penso que tinha mesmo que ser assim. Geralmente o que é bom é difícil, precisa de tempo, dedicação, investimento. Encaramos desta forma os estudos e o trabalho, primeiro plantamos para depois colher. Não podia ser diferente com o maior milagre da vida.
Pais
Embora a participação dos pais na criação dos filhos tenha melhorado com os anos, este quesito ainda deixa muito a desejar. E não podemos esquecer das inúmeras famílias que são chefiadas somente pela mãe.
Trabalho
Com o advento da mulher no mercado de trabalho houve um acúmulo de funções e responsabilidades. Todas as antigas tarefas foram mantidas, principalmente os cuidados com os filhos e o lar.
Muito foi acrescentado e nada foi diminuído. A mulher continua tendo que executar muito bem esses papéis e ainda fazer bonito na vida profissional.
Apoio
Aqui o assunto se transforma em matemática, uma questão de contar as horas. Administrar duas, três, quatro vidas, sem dúvida consome mais tempo, requer maior esforço e dedicação. Por isso as mães precisam de apoio, da ajuda imprescindível das empregadas, babás e avós. Mas, onde estão elas?
Devido à melhoria no acesso à educação e o crescimento da economia, as antigas empregadas e babás viram artigo de luxo, que nem todos podem pagar. E mesmo quem pode tem dificuldades para encontrar a sua cara metade. As vezes penso que essa categoria está em extinção.
As domésticas são profissionais e também mulheres, com as mesmas inquietações que todas nós. E com um agravante, após arrumarem a casa da patroa, voltam para seus lares e encontram tudo por fazer.
Avós
As mães de hoje estão com tanta sorte que até as avós se emanciparam! No passado, além das mulheres ficarem em casa, ainda havia as empregadas, comadres, familiares, vizinhas prestativos, e principalmente a figura das avós.
Ah, como eram divinas as avós… eu sou suspeita para falar, porque a minha era daquelas que caíram do céu por descuido.
Atualmente a maioria das avós têm outras prioridades e assim, menos tempo disponível para se dedicar aos netos. Estão mais jovens, têm vida social mais ativa, e talvez sejam mais felizes. Em compensação, os netinhos se privam de uma das maravilhas da infância, contar com a presença deste amor incondicional.
Mãe de Carteirinha
Hoje, a mulher que escolhe ser mais mãe que profissional é uma transgressora, vítima de preconceito e rotulada – sempre pelas outras mulheres – de folgada e desocupada.
Qualquer mãe que já vivenciou a rotina de cuidar sozinha dos filhos sabe que isso é muito mais trabalhoso do que calçar sapato alto, passar batom e dizer: – Tchau meu bebezinho querido, a mamãe vai trabalhar.
Trabalho Duplo
Lembro de uma senhora, hoje aposentada, já avó. Ela conta que quando saía para trabalhar na verdade ia descansar, quando voltava do emprego é que o maior trabalho começava. Mães verdadeiramente dedicadas compreendem perfeitamente esse ponto de vista.
Sagrada Família
Percebemos é que a emancipação feminina cobriu um santo e descobriu o outro, a sagrada família ficou desamparada. E quando a família, projeto prioritário, fracassa, o efeito se torna tão doloroso para pais e filhos quanto para a sociedade.
A desestruturação familiar afeta as crianças entregues à própria sorte, ou delegadas aos cuidados de pessoas pouco confiáveis, enquanto as mães batalham pelo pão nosso de cada dia.
Educação
E a educação nossa de cada dia fica sob a responsabilidade de quem? Estamos falando de educação doméstica, ética e valores morais, educação de berço, aquela que não se aprende na escola. É um dilema que ainda não conseguimos resolver.
Tudo Elas
As pessoas normalmente aplaudem quem tem sucesso, dinheiro e status, mas pouco se preocupam com o bom êxito no íntimo das famílias, se a verdadeira educação também está sendo bem sucedida.
O fracasso dos filhos sempre recai sobre as mães, a sociedade aponta o dedo para culpá-las. Quanto ao mérito, nem sempre a dedicação e o esforço delas é reconhecido.
Doação
Mãe precisa e precisará sempre ser sinônimo de doação. Doação aqui significa o oposto de egoísmo, ter capacidade de abrir mão de muita coisa em prol de um bem maior.
Mãe tem que estar presente, dar exemplo, participar, enxergar, perceber as necessidades e o sofrimento dos filhos. Não se faz uma sociedade desenvolvida só com a evolução da mulher no mercado de trabalho.
É fundamental tomarmos conta de nossas crianças de maneira responsável, e para isso é necessário algum tempo disponível. Tempo que falta em muitas famílias, devido a sobrecarga de tarefas femininas.
Mulher-Maravilha
Precisamos continuar a busca pela liberdade e por direitos iguais, mas não podemos comprometer a felicidade de nossos filhos. São admiráveis aquelas mulheres que realmente dão conta de tudo e o fazem bem feito, mas ainda são minoria.
Somos Mulheres
No dia que finalmente conseguirmos conciliar tudo isso, poderemos relaxar e desfrutar melhor a vida. Mas primeiro temos que repensar melhor nossas áreas de atuação e diminuir sua abrangência.
Afinal, somos mulheres, não somos polvos!
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Sozinho – Caetano Veloso
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?
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Flavinha seus textos estão muito bem construídos e elaborados como sempre. Sou suspeita, afinal aprendi muito com você(professora, mãe, amiga) e alguns pensamentos seus, carrego comigo também.
O primeiro ponto importante discutido é a questão do papel da mãe na atualidade. Como ainda não sou mãe, mas tenho sobrinhos e acompanho a caminhada das minhas mães posso falar um pouquinho, não é? Realmente esse papel é divino, um amor incondicional que hoje colho bons frutos, porque também os plantei e assim fui ensinada. Minhas mães estiverem perto sempre no dia a dia sem “soltar a corda” um minuto. Cobrindo todas as áreas necessárias para um bom desenvolvimento como pessoa de carater, educação, valores, princípios. Mas tantas crianças não as tem como precisam com orientação, com afeto, amor, com educação de berço, como você bem fala. E agora o que fazer? Para as que podem ter seus filhos na escola, acaba que a instituição assume um pouco esse papel que não é seu(no que refiro a educação doméstica). As tantas crianças por uma razão ou outra que não tem acesso a escola acontecem os desencontros da vida como maus tratos, valores destorcidos, princípios inadequados e por aí vamos.
No entanto, todos estão e são seres sociais e daí entramos noutra questão que dá nesse “sambalelê” desesperador que estamos vivendo com tanta desigualdade. É uma bola de neve e como mulheres devemos colocar nossos olhos “maternos” atentos a tudo ou infelizmente com a globalidade exacerbada estamos fora do contexto social. Contemos com os nossos apoios (avó, creches, tios, madrinhas) e sigamos.
Aproveito e já que o texto traz a figura da mulher e da maternidade para agradecer o carinho que recebi de uma professora lá da minha infância, que estimava tanto e a vida nos separou dos bancos escolares, mas o carinho é tão grande que a vida que presenteou com uma mãe, não é Flavinha?! Obrigada por tudo.Aninha.
Muito bom, pra variar…
Nossa maior obrigação está dentro de casa, aliás dentro de nós (nossos filhos). Parabéns! Bjs
Obrigada por compartilhar pensamentos tão verdadeiros e pouco compreendido por muitas mães, que infelizmente , não conseguem enxergar quais devem ser as prioridades em suas vidas, os filhos devem sim, vir em primeiro lugar, mas não na teoria e sim na prática, refletindo que quantidade de tempo com seu filhos não é sinônimo de qualidade, devemos sim buscar nossa realização profissional, mas de que adianta então tanto esforço se não for para oferecer o melhor aos nossos filhos? O melhor não quer dizer o melhor brinquedo, a melhor viagem, mas quer dizer, ter a oportunidade de participar ativamente da vida dos filhos, acompanhando-os em cada fase, em cada conquista, pois só temos uma chance com um filho, devemos refletir e buscar meios que nos permitam ser mãe, mas uma mãe que cuida, que ama, que vibra pelo seu filho, que chora, que ri, que educa seu filho, pois não existe nada mais gratificante que um suspiro de admiração pelos nossos filhos ! Parabéns mamãe Flávia por fazer a diferença! Luciana é uma menina de ouro, meiga com um coração do tamanho do mundo, assim como o de sua mãe!
Perfeito Flávia! Só quem realmente se dedica a esta missão sabe o quanto ela é preciosa e difícil, pois ser Mãe não tem nada de padecer no paraíso e sim, padecer aqui, agora e pra vida inteira. Bjs.Anna Laura Hada