O Vestido de Anitta
28 fevereiro, 2015Flávia FrotaA polêmica da semana girou em torno do vestido usado pela cantora Anitta na festa de casamento de Fernanda Souza e Thiaguinho. O pecado da vítima foi ter trajado uma peça de loja popular, comprada por um preço acessível a muitos mortais [de R$ 349,90 por R$ 79,90 – coleção Versace para Riachuelo].
O vestido era longo – preto, bonito e moderno – e seria a roupa ideal, não fosse o preço, a loja e principalmente os fofoqueiros de plantão. Quem está criticando também não perdoa o fato da peça não ser única, exclusiva, e que outras beldades – nem tão afortunadas – possam ter igual.
Gostei da atitude de Anitta, com poder aquisitivo para torrar dinheiro no que quiser, optou por usar o que gostou e escolheu. Sem se incomodar com status ou críticas e gastando pouco, comprou um uma roupa apropriada para o evento e incomparavelmente mais barata.
É importante estabelecer o real valor das coisas, um vestido é feito para vestir, e o modelo usado pela celebridade atendeu perfeitamente a esses requisitos, além de ser adequado à ocasião. Ela poderia ter pago mil vezes mais por outra peça consagrada, mas a função do traje continuaria sendo a mesma: vestir.
Se alguém achou feio ou bonito é uma questão de gosto, logo, subjetiva e particular. Se acham que ela foi brega, também não interessa, e se só dão valor para produtos de alto luxo, também é um caso de escolha. Há uma frase que diz: “existem valores e valores” cada um tem os seus e deve respeitar o dos outros. Roupas de grife têm sua grandeza sim, mas não para todo mundo.
Então pergunto: Quem foi convidada para o casamento, Anitta ou o vestido?! Quem é importante para os noivos? Quem os abraçou calorosamente e se emocionou ao vê-los realizando um sonho de amor? O verdadeiro foco é a convidada, mas distorcemos nosso olhar desatento para acessórios irrelevantes.
Quanta futilidade de mentes empobrecidas! Reclamamos da crise financeira, da miséria, da injustiça social e continuamos sendo presa fácil de uma economia de consumo desenfreado, protagonizando o desperdício e patrocinando frivolidades.
A conduta da cantora, mostra que para estar bem vestida não é necessário desembolsar uma fortuna, e principalmente nos dá um exemplo de humildade e sabedoria: ela pode, tem dinheiro e condição para comprar dezenas de vestidos a preços exorbitantes, mas deu uma aula de bom senso e economia.
Dizem que dinheiro não aceita desaforo, e bem sabemos ser verdade, por isso é bom evitarmos ostentação, esbanjamento e vigiarmos nossa vaidade exibicionista enquanto é tempo, antes que a penúria venha bater à nossa porta e nos ensinar essas lições tarde demais.
O episódio envolvendo Anitta nos faz refletir que mesmo quem tem posses é capaz de saber viver com simplicidade, que o verdadeiro tesouro está nas pessoas e não nas coisas, mostra a importância do ser sobre o ter. Numa atitude provavelmente despreocupada, a cantora teve a oportunidade de mostrar ao público que ela é e vale muito mais que um simples – ou refinado – vestido, não importa o preço e sim o conteúdo que ele abriga.
Bem a propósito, a entrega do Oscar foi dois dias antes do referido casamento, como sempre, estavam em destaque os vestidos mais cobiçados e luxuosos do planeta, e mesmo assim não faltaram julgamentos condenando o mau gosto das celebridades. Anitta bem sabia que as avaliações ao seu modelito iriam surgir também, mas foi ousada, mesmo que sua intenção não tenha sido dar aula de “democracia financeira”, ela o fez. E foi além, despertou a observação crítica dos faladores e o olhar atento dos pensadores.
P.S.: Em matéria de vestido, eu fico mesmo é com o da noiva, (by Martha Medeiros) lindo e romântico, mas que diante de línguas tão afiadas, quase passava despercebido, não fosse a atualizada semelhança com o da minha grande amiga Betsy Bell. Vale lembrar que eu fui madrinha desse casamento que em 2015 completa 20 anos, enquanto muita noiva vestindo estilistas famosos não emplaca no amor… vai entender!?
Será mesmo que o dinheiro traz felicidade?
Ótimo texto Flávia, como sempre! E como não poderia deixar de registrar, meus cumprimentos sinceros à Fernandinha e Thiaguinho! Felicidade aos noivos, mas o vestido dela – de Martha Medeiros – é “plágio” do meu. Kkkkkk
Ela é encantadora SEMPRE … Obrigado por nos “amadrinhar” Flávia… esse ano?…duas décadas.
Flávia, a nossa modelo jornalista e amiga Betsy Bell fez escola. Linda linda de viver ! Bjo grande p duas amigas queridas
Flávia, alguém mostrou foto do vestido da Betsy Bell pra Fernanda, mas o da Bell ganhou, bjs meninas!
Eu penso que as pessoas devam usar roupas que se sintam bem, independente do valor e do local que compraram. Devam se vestir para se sentir bem e não para concorrerem com demais nos quesitos valor grife. Sempre fui contra essa bobeira das pessoas se preocuparem com a forma das demais agirem ou se comportarem. Acho que se tivessem algo mais importante para fazer não se preocupariam com a vida dos outros. Mas como matérias como essa “vendem” … e tem pessoas que gostam de “causar” …
Realmente, há muito tempo essa inversão de valores já vem acontecendo, e o pior, está criando uma geração de pessoas fúteis, vazias, inúteis.. Sou mega vaidosa, mas não morro por certas coisas. Compraria – e compro, o que acho que valha. Não para os outros, mas para mim mesma. Costumo dizer que “gosto de agradar a minha pessoa”.. Tantas pessoas vestidas tão ricamente por fora , mas tão pobres “por dentro”…
Bellzinha, é você inspirando o lançamento do “Fashion Plágio”, rsss. Obg por compartilhar sua beleza e bom gosto aqui no blog. Bjão
Herman e Bell, é muito AMORdrinhamento por esse casal apaixonado…
Vivian, assino embaixo, obg por compartilhar seu ponto de vista com a gente. Bjs
Bernadete, concordo! E você merece ser mesmo muito agradada, principalmente por ser rica em essência, o que é verdadeira riqueza. Obg deixar sua opinião aqui para nós apreciarmos. Bjão
Sabe, Flávia, eu gosto de quem tem personalidade… As pessoas hj são avaliadas pela aparência, não pela sua essência.. Coitados dos Theos Pereiras da vida…
Excelente texto. Amei Flávia! Brilhante como sempre
Mara, você é uma leitora muito assídua deste blog, isso me faz muito feliz, obrigada, querida!
Adorei, também concordo, gostei do vestido e também achei adequado. Vale ressaltar que essas coleções de grife para as lojas populares foram de muito bom gosto e de qualidade. Só acho que a Anita pecou por não admitir que estava usando um modelo riachuelo. Pelo que li ela apenas afirmou usar um versace, sem mencionar ser da riachuelo, mas tbm não era para condenarem ela dessa forma rsrs adorei o texto :*
Amanda, a omissão parece fazer parte do contexto social que vivemos, ilustra bem a suposta “importância” da grife (e não da loja popular). Obg! Bjs
Flávia Frota Cavalcanti, sinceramente, acho que cada um usa o que quer mesmo podendo ter ou gastar mais… Detesto essa cobrança social pró valores inversos. Amei o seu post.
Virna, é isso mesmo, quem pode pode! Pode até gastar menos. Gostei! Obg, bjs
Parabéns pelo texto Flávia! Lembrei de uma frase que meu marido sempre diz: A pessoa era tão pobre, tão pobre, que a única coisa que ela tinha era dinheiro…
Luciana, eu adoro esta frase, ela veio enriquecer muito o debate, perfeita! Mt obg, querida! Fico feliz por vc ter gostado. Bjs
Onde está escrito que não se pode usar o que lhe faz bem só por ser barato? Me dou como exemplo. Uso o que gosto, o que me sinto bem. E SE FOR BARATO? Se for barato não quer dizer que foi a pior escolha. No meu caso eu sempre tenho sorte
Jam, se for barato melhor ainda, esse é o lema! Bjs
Anita foi mais ousada que muitas artistas que pagaram um valor altíssimo pelo seu vestido. Foi ousada pq sabia a fofoca que ia causar e nem por isso se importou, ousada por ter tido uma atitude humilde em não se importar em aparecer pelo valor do vestido (muitos fazem isso), ousada em ser humilde diante de uma sociedade tão esnobe que não pensa no dia de amanhã.
Sarah, ela soube brilhar e chamar atenção gastando pouco. (com o vestido, porque as joias eram inflacionadíssimas! Rssss)
Analisar alguém pelo que veste, já é um ato insano, de alguém totalmente desprovido de valores… Agora demonstrar isso em público, é a total desvalorização do ser, típico da nossa sociedade, em prol do ter. Mas me diga, quando acabar a juventude, a beleza, os vestidos caros, o que vai manter essa sociedade em pé?
Monica, respeito às pessoas e ao dinheiro é bom e nós gostamos, certo?
Caramba! Arrasou imortal!
Katula, vc faz tão bem a mim e ao blog…
A roupa é importante, claro. Mas a postura de quem a veste faz a diferença. Não importa que o produto seja de uma loja de departamento.
Vladya e Julio, vcs são autoridades no assunto, rsss. Gostei da opinião sensata. Obg!
Queridos leitores, adoro ter vocês comentando aqui, mt obg! Voltem sempre!
“O Homem é quem faz a roupa…”
Neybe, é isso aí! O verdadeiro valor do homem está em sua essência, e não na aparência. Bjs
Querida Flávia. Vou responder o que acho com os seu próprio texto. Não li quase nada sobre o assunto, além de um título num site, mas é isso: ” Quanta futilidade de mentes empobrecidas! Reclamamos da crise financeira, da miséria, da injustiça social e continuamos sendo presa fácil de uma economia de consumo desenfreado, protagonizando o desperdício e patrocinando frivolidades. “
Querida Gláucia, concordo plenamente! Rsss. Bjão
Belo texto! A “atitude” nao tem preço ne?!!! Isso poucas tem!!!!
Lu, atitude é para quem pode, né? Bj
Flavia, excelente texto , concordo com cantora Anita, mostra q dá valor ao seu dinheiro, e q é segura de si e uma simples mortal. Quem não compra em loja de Departamento, seja Rener, C&A ou em Miami???
Zamia, vc tem razão, ela deu um show de como ficar linda gastando pouco! Bjs
Anitta está bonita e elegante. Os brincos e acessório de quase 40 mil complementaram o valor do vestido. Em tempos de crise econômica acho que ela foi bem ponderada. Não é o preço que veste ou dá estilo a uma pessoa e sim se sentir bem com que se veste. Eu compraria um vestido deste.
Lu, eu também adorei o vestido e mais ainda a ponderação. Bjs
Acredito que mais cedo ou mais tarde todos vao entender de que adianta pagar uma fortuna por um vestido que veste mal, que mostra mais do que devia.Pra mim vale mais a classe do que o preco.Pelo menos Anita nao mostrou mais do que precisava , nao gastou mais do que devia mas conseguiu brilhar e arrazar muito mais do que pretendia.Precisam aprender que roupa cara de nada vale se o mal gosto prevalecer.
Aline, você disse a palavrinha mágica: classe! Assim como elegância e estilo é o que faz uma pessoas brilhar!
E olhem um pouco melhor os vestidos nao sao iguais nao gente alem de tudo que na Anita ficou bem mais bonito rsrs mas cade a terceira alca so se o da menina o cabelo escondeu
Acho uma bobagem o valor, o importante é se sentir bem !
Heliana, gente de valor é quem dá valor ao dinheiro sabendo usá-lo com ponderação, é quem consegue sentir-se bem com aquilo que tem. Bj
Penso da mesma forma, Blog Atividade Pensante!
E pensa muito bem, Nathia! Rsss
Oi, Flavinha, minha opinião é que você deve estar vestida com a roupa que você se sente bem, não é o preço que dita o que vou vestir. Beijo grande
Concordo com a sua opinião!
O consumismo está estragando as pessoas! 😉