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Pensamento é tudo |
O que é a saudade? Impossível explicar, fácil sentir e difícil apagar. Ela nos faz sofrer ou é prova de um tempo feliz? Digamos que seja herança de alguma coisa muito boa. Por que a sentimos? Justamente por termos vivido algo tão importante que não pode ser esquecido.
E como livrar-se dela? Ela é proporcional ao grau de envolvimento, se ele tiver “tamanho”, mais cedo ou mais tarde ela desaparece. Se ele for infinito, como o amor verdadeiro, ela permanecerá latente no coração, horas mais à mostra, horas mais escondidinha.
Ela nos ronda e percebe se pode ou não adentrar nossa alma, nos permite reviver e isso é mágico! Momentos, sons, cheiros, imagens e texturas, tudo ela nos traz de volta, basta fechar os olhos e você já está lá, naquele lugar, com aquela felicidade…
A saudade é companheira para todas as horas, principalmente quando estamos a sós e disponíveis para meditar e relembrar. Não podemos viver apenas de passado e lembranças, mas é impossível viver sem eles, não é permitido amputá-los e descartá-los a nosso bel prazer. Se foi importante, fica, não tem jeito, é uma espécie de tatuagem mental. Cabe a cada um fazer bom proveito desse sentimento tão profundo.
A saudade é somente sua, confidencial, restrita, muitas vezes até vitalícia. Ninguém pode roubá-la ou apagá-la, ela é livre, não deixa marcas visíveis por fora, só intimamente. Nada de fazer apologia ou sofrimento, estou falando sobre o lado bom, lindo, puro e eterno da saudade…
A saudade é prova de um coração que pulsa, de uma mente sã e uma memória boa. Diz o poeta Carlos Drummond Andrade que “a dor é inevitável. O sofrimento é opcional”. Façamos então, da saudade, o melhor uso que aprouver.
Passado o primeiro estágio, da dor, desespero e sofrimento, em muitos casos a saudade transforma-se em relíquia, espécie de amuleto e companhia para horas de divagação, sonhos e lembranças. É bem verdade, a saudade faz doer, mas como é lindo, doce e sublime esse sentimento! Nos torna mais humanos, especiais e imortais.
Uma coisa é certa, quem sente saudades já foi feliz. E isso é o suficiente para alegrar-se e comemorar, a saudade é de algo que valeu a pena! Tanto assim que decide nos acompanhar pela vida afora. Se a saudade não for grande, se ela acabar, é que o amor não era lá tão amor assim…
Os românticos, sonhadores e sentimentais fazem da saudade um uso apropriado. Extraem dela encantamento, magia e inspiração, como essa crônica que você acabou de ler…
*Dedico a crônica às minhas avós.
Aonde Quer Que Eu Vá – Paralamas do Sucesso
Na voz de Marcelo Frota:
Olhos fechados
Pra te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá…
Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá…
Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta prá mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar
Larará! Lararára!…
Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá…
Lá! Larará! Larará!
Lá! Larará! Larará!
Adorei a crônica! Linda! Parabéns!
Marcia Bezerra
Lindo, Flávia! Que bom perceber que, antes de ser nostálgica ou saudosista, sou – e fui! – muito feliz! Obrigada! Um beijo…
Eliane
Amei a crônica Flávia, excelente! Acho que todos sentem sim, saudades de alguém ou de algum momento especial, pois se assim não fosse, quem seria este a viver num mundo tão irreal? O homem, para viver em sua plenitude necessita dentre outras coisas, de emoções, de sensibilidade e acima de tudo, de amor. E a saudade está incluída nessa mistura de sentimentos. Eu, particularmente, sinto saudades até demais, de tudo! Da pessoa da qual me despeço todas as manhãs, dos meus pais, irmãos, dos meus avós todos falecidos, dos meus amigos e das brincadeiras e até mesmo de Deus! Um enorme beijo Flavinha! Karol.
Flavia, sou fã do seu Blog, gosto da forma e colocação dos temas. Beijossssssssss
Rita D’Antona
Flávia,
Lindo o texto homenageando nossas avós. E lindo também ouvir o meu Marcelinho cantando esta música que sempre me emocionou.
Bjs,
Márcia Frota
Lindo,Flávia. Senti a densidade leve de cada palavra sua… e é isso aí. Mais uma vez, PARABÉNS! Bjs.
Obrigada Flavinha, como é bom ler os seus textos! E digo a você, hoje faço da minha saudade uma forma especial de sentir e viver, privilégio de ser mãe do Rodrigo.
É gratificante saber disso, Faride! Que a força do amor continue lhe conduzindo…
Obrigada!
Beijos
Lindo!!! Ainda estou no primeiro estágio, da dor, do desespero. Mas sei que com o tempo isso tudo fica mais fácil… Obrigada por lembrar de mim. Bjs.
Que texto lindo Flávia!!! A saudade dói … Obrigada pelo carinho. Vc tb está em nossas lembranças e coração.
Bjs
Patrícia e Monica, lembro sempre de vocês. Fiquem com Deus e perseverando na fé. Beijos