Filhos com senso da realidade
23 março, 2012Flávia FrotaFilhos com senso da realidade
Patricia Abravanel
Gostei da declaração de Patricia Abravanel na revista Contigo!. Filha do grande comunicador Silvio Santos, e agora iniciando também na carreira artística, a jovem é uma referência e pode nos influenciar com exemplos positivos.
Muitos pais, professores e empregadores têm reclamado da falta de comprometimento dos jovens da geração atual. Também percebemos com entusiasmo, pessoas menos favorecidas economicamente conquistando vagas em universidades, empregos e concursos que muitos filhinhos de papai não conseguem alcançar.
Então o que está acontecendo? Talvez a resposta esteja na afirmação da filha de Silvio Santos. Ele, um homem de prestígio, fama e dinheiro, sempre preferiu levar a vida discretamente, e pelo visto conseguiu passar esses valores às suas herdeiras.
Enquanto alguns só se preocupam em deixar de herança bens, dinheiro, educação e status, Senor Abravanel cuidou de transmitir um legado mais sólido e duradouro: a arte de viver com simplicidade.
É claro que suas filhas tiveram regalias sim, até porque foram criadas com conforto, mas o segredo foi a dosagem. Assim como um remédio, que usado de forma incorreta pode tornar-se veneno, excesso de privilégios tiram o senso da realidade.
“Corações moles criam moloides e não pessoas de alta performance”
Içami Tiba
Meu pai, que tem Silvio Santos como um referencial, sempre diz que do rico ele só gostaria do dinheiro. A vaidade, o orgulho e a ganância devem ficar para os tolos. Isso mesmo. E Silvio que não é bobo, tratou de orientar bem suas filhas e educá-las com limites financeiros.
Não é porque os pais podem bancar todos os luxos que devem deixar os filhos à vontade. Sabemos que é desumano esbanjar e desperdiçar o que se tem de sobra, quando há pessoas necessitadas até dos recursos básicos.
Não podemos projetar nossos sonhos frustrados para que os filhos realizem. Também não é porque fomos pobres e agora temos um padrão de vida melhor, que vamos estimulá-los ao consumismo desenfreado.
Precisamos sempre questionar: Estou fazendo – dando, comprando – isso para o bem do meu filho, para o meu benefício ou para mostrar aos outros? Deverá prevalecer uma escolha inteligente com vistas no futuro, justamente para evitar que se repita o ditado: Pai rico, filho nobre, neto pobre
Quando adultos podemos ter dificuldade para encarar e superar obstáculos. Talvez por não termos tido oportunidade de exercitar o esforço próprio ao longo da vida, recebendo as coisas de mão beijada, como diz Patricia.
É assim que pessoas menos afortunadas conseguem romper barreiras e vencer desafios. Porque as dificuldades ajudam a exercitar o poder de superação, enquanto as facilidades podem contribuir para a acomodação. Pensemos nisso antes de dizer sim ou não para nossos filhos.
E como só devemos copiar as coisas boas, desta vez o patrão Silvio Santos está aí como um exemplo que deu certo!
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Concordo amiga Flávia. Meus filhotes ganhavam seus presentes apenas em três ocasiões: aniversário, dia das crianças e Natal. No mais: casa, comida e roupa lavada. Eles passaram em mini-vestibulares e quase nada gastei com ensino médio. E a expectativa é até maior agora: passarão em IE Superior públicas (o que o Afonso já conseguiu) e nada gastaremos na Universidade.
É isso aí, minha querida, TER e PARECER estão bem acima do SER e tudo isso nos mostra a eterna e atual inversão de valores. Mais uma vez vc arrasou. bj
Virna Leão
Adorei! Achei o MAXIMO ESSA MATERIA.
Parabens!
SC
Oi amiga, mais uma vez adorei sua cronica! Sempre achei que as crianças são exatamente o reflexo dos pais, para o bem ou para o mal.
Muitas vezes os pais transferem para os filhos aquilo que eles queriam ter sido ou feito na idade deles, e por outro lado, hoje em dia está todo mundo tão ocupado com seu umbigo.
As as crianças estão sem limites, pois por falta de atenção , na hora certa, cobramos delas uma atitudes que são imaturas para ter.
Pode quem quizer reparar, é difícil achar pais que ensinem VALORES, RESPEITO, ÉTICA, enfim, MORAL.
As coisas fúteis são mais rápidas para serem aprendidas e absorvidas,e dão menos trabalho, com isso estamos vivendo o presente sem construirmos o futuro…
Já pensaram nessas crianças amanhã? Nossos pais com menos
tecnologia, profissionais especializados,escolas de excelencia e muitas vezes até mesmo com minos estudo, fizeram muito melhor por nós.
Por mais que possamos ser CHATOS, acho que não podemos dar
trégua…devemos cobrar ensinar orientar, aconselhar acompanhar e reclamar…sempre com um equilíbrio!
Beijos,
Marília
Muito pertinente Flávia, pois as vezes diante de tantas facilidades de consumo, costumo me questionar quanto aos limites (geralmente alvo de censura de muitos amigos), que imponho ao Daniel. Entretanto, apesar do conflito ao negar um eletrônico de ultima geração ou mesmo R$100,00 (ao meu ver, absurdo por uma única tarde ) para passear com amigos indo ao cinema do shopping, chego sempre a conclusão que tenho conseguido repassar pra ele que ao se adquir algo é preciso que se considere não só o valor financeiro, mas o quanto alí foi desprendido de trabalho para se conquistar o que queremos. Afinal, se ganho tão fácil e rápido o que meus pais podem me presentear, como vou dar importância, pois sequer percebi a difilculadade de conquistar aquilo? Portanto, dizer NÃO nos tempos de hoje, é difícil, mas necessário, pois só assim nossos filhos podem perceber que mais do que preço, as coisas devem ter Valor, assim como as pessoas – guardados a suas devidas proporções, claro!
Um beijo pra você!
Anna Laura
Concordo plenamente, tanto nos conceitos(resumindo que nem sempre o SIM é a melhor resposta), como na feliz declaração dessa pessoa pública que esta sabendo usar sua imagem, como suas palavras Flavinha.
Beijos…
Obrigada! Muito interessante o texto, vc está certísssima. Temos que incentivar mesmo os nossos filhos a serem e não a terem! Bjs
Claudia