O Verdadeiro Sentido do Natal
25 novembro, 2011Flávia FrotaO Natal está se aproximando, e a cada ano as ornamentações começam mais cedo e são mais exageradas. Há uma corrida frenética para decorar, enfeitar, comprar, gastar, presentear, enfim, banalizar o verdadeiro sentido do Natal, que, para quem ainda lembra, é a celebração do nascimento de Jesus.
Ao invés de ser um momento de reflexão, de proximidade entre as pessoas, tornou-se uma data comercial, em que predomina o estresse de lojas lotadas, trânsito caótico, muitas festas e dívidas. Dedicamos nosso tempo para cumprir uma série de compromissos do “ritual” de Natal, e esquecemos de priorizar as reuniões religiosas e a verdadeira prática do bem.
Para compensar tanta gastança, até que praticamos a solidariedade com mais empenho. Participamos de campanhas, doamos cestas básicas, recolhemos brinquedos, tudo a fim de alegrar o irmão mais carente e cumprir com a nossa função social e cristã.
Parece que os corações ficam mais sensíveis e generosos. Mas considerando que as tragédias humanas ocorrem diariamente, percebemos que há uma certa incoerência entre a bondade natalina e a indiferença ao longo do ano. Por que isso acontece? Talvez porque os festejos de Natal realcem as diferenças sociais que tentamos encobrir.
Na Noite Feliz, apesar de mesas fartas, pessoas bem vestidas, luzes brilhando e troca de presentes, também vêm à tona sentimentos de saudade e solidão para uns, e para os excluídos das celebrações, a sensação de tristeza e abandono.
Então o que fazer para resgatar o verdadeiro sentido do Natal? Podemos começar substituindo a “troca” de presentes entre amigos e familiares pelo exemplo de Jesus: dar sem pedir, sem esperar nada em troca, ofertar para quem não pode retribuir. Oferecer mais do que bens materiais, doar também tempo, atenção, carinho, um olhar, uma palavra, enfim, exercitar o verdadeiro amor.
Que no próximo Natal possamos dizer: – Senhor, eu te enxerguei na pessoa do meu irmão, e fiz isso todo dia, de maneira descompromissada, mas com dedicação.
Deixo aqui uma mensagem que deveria se tornar rotina em nossas vidas. Um exemplo simples de que o verdadeiro sentido do Natal não se traduz em presentes
Presente para Jesus – Paulo Roberto Gaefke
Acordei nesse nono dia de Dezembro com vontade de comprar um presente para Jesus, afinal, não existe maior amigo que o Mestre dos Mestres, e no dia 25 o aniversário é Dele.
Sai cedo de casa e fui ao maior shopping center da cidade, pensei primeiramente numa camisa branca, mas quando vi que o branco mais branco da Terra ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha e desisti.
Em outra vitrine vi um sapato de couro, lindo e caríssimo, mas quando lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão cumprida, achei que não existiria na Terra algo tão confortável que merecesse seus pés.
Uma caneta, foi isso que a próxima vitrine me apresentou, uma linda caneta de marca famosa, seria um lindo presente, mas lembrei-me que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática, servindo e amando sempre.
Lembrei-me, que um dia Ele falou que não tinha sequer um travesseiro para recostar sua cabeça, e pensei no melhor travesseiro de plumas de uma loja especializada em sono, era importado e muito confortável, mas lembrei-me que os justos dormiam tranquilos e que Ele jamais usaria o travesseiro.
E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras de ouro, malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas, tudo supérfluo, tudo matéria que o tempo iria corroer.
Confesso que sai um pouco chateado do shopping, afinal eu saíra para comprar um presente para Você Jesus, e não havia achado nada.
Na porta do shopping um menino muito miudinho sorriu para mim, perguntou meu nome e eu o dele, ele riu e me estendeu a mão, tinha o rosto muito sujo, as mãos encardidas, perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros, sobre o pai, nem sabia onde estava… perguntei se ele queria tomar um lanche, ele sorriu um sim, pegou na minha mão.
Na porta do shopping olhou para suas roupas e olhou para mim, sabia que não estava corretamente vestido, peguei-o no meu colo, era a senha para ser feliz, seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes, enfeites e pessoas bonitas como se fosse um filme de Walt Disney…
Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória e sorriu como “reizinho”, e entre uma montanha de batatas fritas, ríamos felizes como dois velhos amigos..
Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente quando somos crianças. Devoramos dois lanches, e quando perguntei se ele queria um sorvete gigante como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol, pedi um instante, fui até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão ele já não estava ali… Por instantes pensei que ele tinha ido ao banheiro, ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo..
Foi quando sobre a caixa de batatas vazias vi um papelzinho, um bilhetinho escrito com letra miúda que dizia assim: “Obrigado pelo melhor presente de aniversário que poderia me dar: Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo!”
Assinado,
Jesus
Flavinha amei seu post. Muito verdadeiro e algo que a sociedade ainda percebe com muita sutileza. A mídia e os meios de comunicação jogam pesado no consumo desenfreado, mas a consciencia deve ser nossa.
O que mais chamou atenção no texto e é tão presente na sua caminhada é a oração tão cheia de significado: “E que no próximo Natal possamos dizer: – Senhor, eu te enxerguei na pessoa do meu irmão, e fiz isso todo dia, de maneira descompromissada, mas com dedicação”.
Beijos. Aninha.
É Flávia… muitos de nós temos consciência dessa transformação de valores… que faz uma ferida feia e difícil de curar dentro de um lugar primordial… o coração das nossas famílias. Esta doença do consumismo invadiu grande parte dos lares… até mesmo os mais humildes… não é difícil constatar famílias que ainda estão saindo das dívidas do Natal passado e com a cabeça nas compras do Natal que se aproxima… As facilidades de pagamento das lojas e a tecnologia vieram para piorar esta situação. Hoje, as crianças já não sonham com seus presentes, salve raras exceções… Tudo é muito fácil e tudo é muito superficial… Até mesmo os sorrisos desta época… Nós enquanto sociedade estamos nos sabotando ao destruir sem perceber essa Mágia e aqui não me refiro à figura de Papai Noel, mas, ao valores morais que deveriam nascer em nossos corações todos os anos e não apenas para aparecer bem na foto… Não quero parecer “caxias”, pois, não o sou. Mas nós pessoas inteligentes, rs. Sabemos onde está o erro… está dentro de casa… seja qual for o credo religioso que se tenha. O olho está mais preocupado com o que os outros irão falar… do que o coração preocupado em fazer o bem sem olhar a quem… Eu torço por todos e neste caso especialmente por mim e meu lar… Torço para que sejamos a presença do bem nos lugares por onde passamos… Que tenhamos sabedoria e humildade para entender que quando estamos errados e muita força para mudar esta realidade. Faço disto uma oração. Amém.
Flávia,adoro todos os seus artigos e esse realmente é a pura verdade, o Natal deveria ser literalmente a comemoração do nascimento de Jesus na forma de fazer o bem ao próximo e não esse comércio absurdo e consumista visando tão somente o lucro e bem material.
Sucesso,esse é o caminho.
bj
Gizah
Cada vez mais essa loucura. Sempre gostei dessa época, gostava de fazer uma lista imensa e presentear não só parentes e amigos, mas funcionários, pessoas que ” colaboram” com p nosso dia a dia… Mas agora. Votou uma ” urgência”.. As pessoas enlouquecidas , no transito, nos shoppings, em todos os lugares.. Acabamos esquecendo o verdadeiro significado.
Bernadete